terça-feira, 1 de maio de 2012

Bicho




Caso me veja cerrar os olhos e trincar os dentes...Corra de mim, ou pra mim...Se a coragem te empurrar em minha direção, que não venha de leve...não vai aguentar tanta pressão.

E se acaso esquecer o pano vermelho, traga um espelho e só me olhe de costas, e se ele refletir a luz dos meus olhos, desvie ou morra de inanição.

Mas se a vontade superar o medo,rasga a porra do pano, dilacera a merda do espelho, não me atinja pelo coração, apenas abra seus braços e se enrosca em minhas pernas, e grita que pra bicho, amor se chama tesão!

Sua, grunhi...vocifera... Homem, que nesta terra miserável, mora entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera.

Venha! Vamos fazer em público o formidável enterro da sua última gota de "humanidade quimera", vem...penetra agora em minha úmida insanidade.

Rasga a minha teia e murmura minha aranha...sibila sua cobra...cavalgando e deixando a natureza chegar...esquece...que essa porra se chama procriar...agora se chama penetrar, rasgar, perfurar...

E perfure, arranhe, aperte em minha coxa o silício...lamba o líquido que houver, quero fazer sua pele arder, sem o menor pudor assumir esse pervertido e estranho prazer.

E grita! Mas grita muito, na hora que ele chegar, pra ele juntinho, também me tomar.

E relaxa Augusto...Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Se a alguém causa inda pena a tua culpa, apedreja essa mão vil que te afaga, e sem dó: es... nessa boca que te beija!





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