quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Acredite em minhas ilusões

Nymphs and Satyr, William-Adolphe Bouguereau, 1873
Prefiro nem pensar.
Vou deixar o instinto falar por mim.
E seja lá o que fizer, vai ser assim.

Eu não me importo se você quebrar.

Eu sinto o pulso acelerar e a eletricidade fluindo ao seu redor.
O seu gosto em minha língua é sempre o melhor.
Viro as costas para a razão.

Eu não me importo se você quebrar.


Eu já fiz isso milhões de vezes.
Jogue comigo e acredite nesta lâmina que te entrego agora.
Rasgue seu peito por mim. Jogue tudo fora.

Não quero este doce sem valor, quero a fúria e o devaneio, quero a dor e o desespero.

Acredite em mim, mesmo tendo a certeza desta ilusão que te entrego.
Acredite na febre deste toque.
Acredite que é tudo um jogo e que, ainda assim, o que te ofereço é mais vivo e brilhante do que o cinza dos seus dias amenos e corretos.

Cinza, escuro, e tão certo.

Você não está cansado deste personagem?
Eu vejo através dos atos calculados e sei que você quer este sangue.
Eles não entendem nada, mas eu conheço você, o verdadeiro você oculto em sorrisos e gentilezas.

Já lambi suas lágrimas milhões de vezes.

Eu conheço você e te permito ser cruel e agressivo.
Não há erro nisso.
Não há punição.



[postado originalmente em Intravenosa]

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