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Relações em geral, tem que ser movidas por tensões...não há motivação maior, do que a possibilidade de invadir o outro, a ilusão de penetrar em um universo.
As pessoas podem até literalizar, crendo que o estopim pras trocas "prazerosas" é a possibilidade de invadir um corpo...mas não, invadir corpos sempre foi muito fácil, a magia está mais nas almas arreganhadas que sustentam corpos seletivos, do que o contrário.
Corpos arreganhados são aceitáveis, até que são honestos, mas provocam prazeres completamente cerceados pela tangibilidade, pelo gozo do lugar eternamente comum dos bichos. Não há por que se gabar de dominar a fisiologia dos homens, cadelas seriam orgulhosas pelas cópulas de seus cães, éguas se considerariam notáveis e misteriosas ao contemplar o seu poder sobre os cavalos.
Sinceramente, eu não compreendo como há pessoas que crêem existir algum poder, em aprimorar suas misancenes sexuais...como se toda trepada fosse um espetáculo de dança, uma luta com vencedores e derrotados, como se retirar do outro gemidos, pudesse servir de troféu...como pode servir de troféu, uma qualidade que está em toda a natureza? Não há nada de mágico ou inteligente em ser perito nos malabarismos sexuais. Aliás, a perícia desse está muito mais no retrocesso dessa "pretensa arte", ao momento em que a arte (ou castigo) do raciocínio ainda estavam distantes de ser uma realidade, a nossa maior prova depois que nos tornamos homens, é conseguir amar como os bichos.
A conquista humana pode sim ser mágica...mostrar aos outros, brechas do que você tem por dentro, é o que faz ao homem inserir os sonhos em suas "cruzas". Inventar imagens não cotidianas é falar: vem...venha me desvendar...Virão, corpos vão se manifestar na ilusão de que a meta é apenas invadir úteros, exortar hormônios, vivenciar a natureza perdida.
Isso é o raro e incomum: voltar ao encontro da natureza acrescentando o diferencial humano: Seduzir não é qualidade da beleza...e o que é o amor, essa coisa tão indescritível? É apenas a sensação de penetrar não penetrando, estar não estando, serenos e silenciosos, contempladores de corpos que podem até não se tocar, mas são donos de almas que estão sempre se masturbando.
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