segunda-feira, 7 de maio de 2012

A princesa e o ferreiro




Todas as fêmeas são princesas, independente de raça, credo religião, ou espécie animal. Todas nascem com suas auras, repletas de guirlandas, sementes e flores, que um dia, em caminho ao trono, vão gerar vida.

As princesas, são seres que nascem mutilados, sem armas ou espadas...e no lugar vazio dessa mutilação, se abre um vácuo semelhante ao início do universo. E ali está realmente esse buraco negro, onde "do nada", será criado "o tudo".




Há que se temer, se proteger, podar ou castigar, seres que nascem com o poder dos deuses, que se dizem machos...gritemos que somos PRINCESAS VADIAS, cujas almas castigadas são moradoras de corpos, que não nos pertence a séculos. Portadoras de cabeças e idéias confusas, que não sabem confrontar o verdadeiro poder, que não está na matéria nem na espada. Mas em todo o Universo de se encerra e pricipia em Gaia.

Então no reino de Gaia nasceu mais uma princesa...sua irmã anterior morta, e nenhum irmão macho, a predestinaram a ser a próxima do trono.

Seu pai, o rei Cielo, de tantas atrocidades que assistiu, se tornou super protetor, em função da morte violenta de sua primogênita, que foi precedida, segundo ele, a abusos sexuais de um lenhador do reino.

Sendo assim, a Princesa Géia, foi cercada de amas secas até conseguir caminhar, e assim que conseguiu, chegou ao castelo em escolta de urgência, Pedro De Fier, contratado para não mais fazer nenhum trabalho sequer fora do castelo, apenas a incumbência de criar, manter e adaptar, o mais belo e eficiente, cinto de castidade já criado na história perversa da humanidade.

Cielo, queria proteger sua filha com ouro, ouro talhado em luminuras, e cravejado de brilhantes de diversas cores. Se preocupou com bordas confortáveis, mesmo ciente de que essa gaiola teria que ser constantemente adaptada, pois pra isso ele foi morar com seu filho, também pequeno, Alchimie De Fier no castelo.

O universo de Géia era lindo, e como todos que convivem com sua realidade desde nascença: para ela era o correto e até perfeito. Pois seu quarto era de paredes vermelhas (mais para o alaranjado) com pequenos escudos brancos, e seus móveis de madeira escura, eram vestidos de mantos de veludo vermelho alaranjado e em tudo havia toques de ouro.

De noite quando ela abria a janela, esse cenário de cores secundárias, se unia ao azul escuro primário do céu, formando um contraste entre esses, as gostas douradas dos móveis, os brilhantes do seu cinto e as estrelas do céu.

Dizem que a sua beleza não era descritível por palavras formas ou cores, visto que pouco importa, qual era sua cor de pele, cumprimento dos seus cabelos ou cor dos seus olhos...

Então desde pequena, sua rotina era cercada de lacaias, escravas, cada qual com a responsabilidade de uma proteção à sua rotina. 

Havia sempre a mulher que guardava as chaves, sendo que esta, era sempre escolhida a mais velha mulher do reino, a que não possuísse inveja ou ambições que pudessem provocar o descumprimento de suas obrigações:Era a Sra. Protettiva, sua língua era cortada, e em sua mão esquerda era feito um furo, e no furo acoplado imensa argola dourada, que sustentava a única cópia da chave do cinto. Em sua mão direita, outra algema a prendia a parede, que só a permitia andar por 1 metro de distância, dentro do lavabo em que era condenava viver até seu último dia, quando seria substituída, novamente pela mais velha do reino.

Para Géia, essa velha era uma figura natural, como apenas mais um signo, de seu estreito universo simbólico, ao menos ao universo do qual ela tinha consciência. Era apenas a escrava, única conhecedora de pedaços seus, que nem ela mesma conhecia. Por vezes quando liberta, ela se olhava por baixo com estranheza, e olhava para Protettiva, como se os olhos dessa, pudéssem explicar o mistério de qualquer abismo. E sim, os olhos dessa velha falavam, passavam cumplicidade de alguém que também viveu condicionada à essa mutilação. Ao mistério do que deveria ser escondido, ou cortado como sua própria língua.

Do lado de fora do lavabo, um lobo treinado para conhecer o cheiro feminino, pois se um dia, Prottetiva resolvesse se rebelar, ou Géia fugir, esse lobo faminto pularia em ataque, mutilando o escondido da Princesa, inutilizando qualquer tentativa de prosseguir a vida com o prazer que lhe era proibido.

Sua terceira proteção era a Bruttezza, não era um cargo perpétuo, era uma escrava escolhida aos seus 20 anos, que serviria a princesa até os seus 25, chegar aos 30 jamais, nesta idade as mulheres são dotadas de esperteza que cria beleza, e essa escrava era escolhida, entre as mais feias do reino, justamente para assutar tal qual um carranca viva, qualquer ser que tentasse alguma aproximação.

continua.....

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