sábado, 21 de julho de 2012

Máquina viva



Nesse momento me basta o silêncio, no máximo o som da sua respiração...entrando pelo meu ouvido, descendo como brisa que por dentro de mim, que te encontrará escondido e nervoso, tão vivo que quase é morto...tenso, mas rítmico como dança afro.

Que suas gotas salgadas de suor, se expressem como lágrimas...liberando tudo que seus olhos, por anos e anos, aprisionaram, por diversas partes do seu corpo, umedecendo como óleo que desemperra uma engrenagem...e a máquina anda sem precisar de força pra impulsionar, simplesmente funciona.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Homem Concreto




Fazia tempos que eu não dormia profundamente, mas eu dormi, e sonhei com um muro, não sei se esse muro existe, talvez não...

E no meu sonho ele é concreto, armado!! Que sai andando na paisagem, ele é a vida dos muros que abrem os olhos, para olhar o mundo pelos olhos dele.

Por trás dos olhos dessa muralha de concreto armado, se vê todos os homens. Os que sabem que são anjos e demônios, ele sabe, de tantas almas que provavelmente já se apoiaram nele, sem saber que ele estava se apoiando...mas não sabe que tento ver por dentro dos olhos de seu muro, toda a estrutura que ergue esse cimento.

sábado, 7 de julho de 2012

Gueixa Ocidental



Gostaria de apresentar a vocês meu mundo flutuante: O Karyukai, o mundo da flor e do salgueiro. Pra mim ele é o real, pra vocês é ilusão, ilustração da fantasia, e eu ilustro esse mundo. Eu não sou jorõ, que se vende por sexo, eu uso ele pra proteger minha cultura.

Eu gostaria de saber das mulheres ocidentais, qual o seu universo particular, quais os seus sonhos...você consegue se imaginar sob a sombra  do mundo do salgueiro, ilustrando o mundo flutuante, as experiências oníricas... consegue apreciar a beleza de pequenos detalhes?

Minha Marcha Vadia





Oxalá...quero mais é que todos os rebentos, vão pra progenitora de vida vil! Ou seja, para a...isso mesmo...

Sempre escrevi, porra...pois sempre fui salva pelos filhos da puta dos meus versos, que sempre me bolinaram, e deixaram tensos e tesos, o meu herói "pensamento", esse tarado que me aperta e me afrouxa, pra que com letras, eu consiga prazer...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sexo, Entropia e Multiverso




Não creio no acaso...mas no caos, tal qual a explosão do prazer em nossos corpos, e a sensação que o sexo gera...de que não é possível que sejamos apenas matéria.

A natureza, nos faz crer que somos donos dos nossos destinos, mas nos comanda até com pingos de chuva...se for determinado a dois corpos se encontrarem.

Se eu tivesse a sabedoria desse sistema...sopraria um dente de leão, que o fragmento cairia sobre uma formiga, que num susto soltaria a semente que carregava, que germinaria em rosa, que ele, mal intencionado, traria pra mim e me levaria para a sua cama.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

... Nos campos de trigo


aperte o play...


Nos encontramos na porta do café, ele se aproximou e encostou seu rosto no meu com sua barba por fazer, senti um calafrio que parou o tempo.

Se tudo estava parado, ele também, aproveitei a falta de testemunhas para pegar suas mãos, e seguir em direção as curvas do ante-braço, pra mim, a parte mais perfeita de um homem...a interseção do plano e do declive de uma onda não exagerada, mas tinha um rio como veia saltando, senti sua pulsação, e o tempo voltou a andar.

Olhou pra mim e pra porta do café, e pro outro lado...o larguei e fui andando porta a dentro. Me seguiu, não o via, mas sentia um hálito de lobo que fazia voar a ponta dos meus cabelos. Deixei...

Passamos por diversas mesas, de pessoas comportadas e humanas, e cada qual nos olhava discretamente com  medo e estranheza, como se fôssemos espelhos na frente de bichos. Sentimos seus grunhidos de feras aprisionadas que sentem o cheiro ...


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ménage à trois sants

aperte o play!



As caravelas partiram para o Brasil, com portugueses e negros, e seus protetores, para apaziguar, acompanharam a caminhada.

Como não foi combinado, Xangô e Santa Isabel, não sabiam desse encontro, cujas testemunhas vivas e cegas, eram incapazes de perceber.




Xangô,deixou sob tutela de Obaluae, uma parte de seus poderes de raios de trovões, para não deixar sua África desprotegida e nem sua própria mulher, o liberou para outros orixás, mas resolveu acompanhar em viagem seus filhos roubados, cientes que eles poderiam não voltar, já dizia o destino aos seus ouvidos, que um dia, sua raça precisaria expandir a os outros continentes e assim foi, deixando lá provisoriamente, todas as mulheres que ele jamais esqueceria.

Para a sua surpresa, ao procurar um canto pra se acomdar durante as noites na caravela, se depara com uma mulher, inciando a colocação do seu manto, ele viu suas curvas desde a base do violão até o iniciar dos cabelos cor de mel. Ela olhou para trás assustada, e gritando.

-Vocé é o primeiro que vê o meu corpo! Como se atreve!